quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Teoria do espelho e seus desdobramentos

É comum se escutar pelo país que o jornalismo nada mais é do que o reflexo completo da realidade, que ele só traz ao leitor o óbvio. O que sai no jornal diário é o que acontece na realidade, "sem tirar, nem por". Esse tipo de visão foi denominado Teoria do Espelho. É um pensamento antigo, inspirado no positivismo francês, mas que até hoje tem adeptos no mundo ocidental. Nela, o jornalista contaria a verdade sempre, sem levar em conta seus conceitos, os interessados no jornal em que se trabalha, apenas refletir a verdade. As notícias são de tal modo, porque é o que existe e só. O jornalista não constrói nada, ele só retrata o que vê.

A metáfora da teoria é autoexplicativa, o jornalista seria só mais um mediador desinteressado do que está noticiando. Quem começa a estudar a profissão, logo se aprofundando mais sobre assuntos teóricos, sabe que isso não acontece. Não é possível que o jornalista faça apenas a ligação entre o fato ocorrido e o leitor, há um filtro e ele pode ser a individualidade do profissional, as restrições impostas pela empresa, o modo de redigir o texto. Isso tudo acarreta em uma mensagem diferente do que o simples fato, "nu e cru". O jornalista nunca vai transmitir o acontecimento puro- apesar dele sempre ter de buscar a objetividade-, sempre haverá modos diferentes de trazer uma notícia, e cada um vai construir ideias diferentes na cabeça do leitor.

O jornalismo sério não manipula, nem distorce, ele traz a visão da empresa que vai publicar a matéria. Tem umas que não se interessam em publicar certos tipos de conteúdo- quando ultrapassa a esfera do bem público é um problema- e outros que vão publicar tal assunto. Vale lembrar que a imprensa tem de ter rabo preso apenas com o leitor, mas é de ressaltar também que ela é uma empresa privada, logo de buscar um bom número de vendas, e só se faz isso publicando matérias voltadas ao seu público alvo.


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