O que impressiona no filme não são as tragedias, favelas ou mortes, isso porque, diversos filmes brasileiros já trataram. É justamente a humanização do fotógrafo que chama a atenção e sua questão com a ética. O comum das pessoas que acordam de manhã, pegam o jornal e vêm aquela foto aterrorizante, em que a pessoa acabou de levar um tiro, ou de sofrer um acidente grave é pensar: Como será que essa pessoa foi tão fria em tirar essa foto? Como um fotógrafo estava ali, clicando e fotografando, em meio aquela confusão com polícia e familiares? Isso, certamente, vem em mente dos leitores. O que o filme faz é trazer o lado humano do profissional. Entrevistados dizem que se chocam cada dia mais, e que é uma profissão que exige um grau de exaustão enorme. Não é fácil.
A questão da ética nessa profissão também é importante. Existem horas em que o fotojornalista não está moralmente capacitado para fazer uma foto. Casos em que se vê um familiar chorando, pedindo para não ter fotógrafos por perto, porque se necessita de um pouco de privacidade. A vítima, a mãe e o pai e quem estiver tirando foto naquele momento pode estar ferindo ainda mais aqueles familiares. Cabe o profissional ter o jogo de cintura. É óbvio que ele também se sensibiliza, mas também está trabalhando honestamente, dentro de sua profissão, precisa de fotos. Não tem uma hora certa para se abaixar a câmera fotográfica, quem tem que saber é o fotógrafo, e quanto mais tempo de profissão, mais convicto ele vai estar em relação a isso.

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