quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Especialista pode fazer jornalismo?

É comum os estudantes de jornalismo discutirem se o diploma tem de ser ou não obrigatório. Essa discussão começou quando um jornalista, empregado do jornal americano Tico Times, foi preso por não tem o diploma de jornalismo. A partir daí, isso começou a ser discutido pelo mundo. Aqui no Brasil, a exigência do diploma para se trabalhar como jornalista caiu, mas a tendência é que ela volte a ser exigida. Inclusive, essa obrigatoriedade foi aprovada pelo Senado e agora vai ser debatida pela Câmara.

Quem estuda a profissão sabe que, somente em uma faculdade de jornalismo, se têm a noção exata dos parâmetros éticos obrigatórios para se realizar uma notícia. Se for só uma pessoa talentosa, com uma opinião interessante, ou grande escritor literário, é bem possível que tal indivíduo não tenha a responsabilidade social que o jornalismo requer. Fazer uma matéria não é só ir lá, ler um texto decorado e pronto. Hoje, sem tem diversos jornalistas, especialmente na televisão, que não se expressam bem e mal apuram, mas são bonitos, arrumados e leem o texto que lhes é passado. Enfim, esse não é foco do texto. O fato é que o jornalismo factual não dá espaço para pessoas que não sejam formadas, especializadas e conscientes das difíceis particularidades da profissão. O diploma é essencial e ele é uma metáfora do estudo e aprendizado que só uma escola de jornalismo dá ao profissional.

A questão é que um jornalista de hard-news tem mais capacidade de escrever sobre um assunto técnico como direito, economia, ciência do que um próprio profissional da área? Eu acho bem difícil, logo concluo que o jornal diário tem espaço de opinião (colunas) para as pessoas com formações técnicas e que escrevam corretamente e com talento, o que é chamado de jornalismo opinativo. As colunas técnicas, feitas tanto no impresso como na internet, podem pedir  um especialista, mas sempre dando prioridade a um jornalista que seja bom no assunto. Se você conta com uma profissional como Miriam Leitão (jornalista especializada em economia), por exemplo, não tem necessidade alguma de trazer um economista para escrever.  

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