Entender que o jornalismo de investigação é obrigado a atender os anseios do bem público é entender quase este conceito por completo. Ser jornalista investigativo significa que suas reportagens serão 100% de interesse público. Ela não pode ser segmentada, não pode atingir os interesses de determinados públicos. A matéria investigativa também requer um estudo enorme sobre o fato em que se vai investigar. É necessário uma coleta enorme de dados, documentos oficiais, fontes acessíveis e lutar pelas inacessíveis, pesquisar a história do tema. Estudo é tempo. Não se faz uma investigação do dia para noite, como acontece no chamado hard news, que seriam as notícias do dia a dia. Requer semanas, meses e algumas vezes anos. Além de necessitar de bom meses, o dinheiro é peça chave também. O custo para realização de uma matéria investigativa é alto, soma-se transportes diversas vezes ao dia, compra do acesso aos documentos e mais algumas situações passadas por cada caso. Não é algo barato.
É possível que a investigação comece com um assunto que instigue o jornalista, que o faça pensar sobre, e desperte a curiosidade para uma investigação. Pode ocorrer também casos em que o profissional receba alguma pista de certa fonte e resolva levar isso adiante. Percebe-se que independente do modo em que ela comece, ela não é uma reportagem comum. Ela deseja denunciar uma injustiça, ou algum fato inexplicável, algo que não "bata". Exemplo claro são os vereadores e deputados tendo mansões e carros importados. Outra coisa que compõe a real reportagem investigativa é o próprio jornalista investigar e apurar, não pegar da polícia e assessoria de imprensa.
O jornalismo investigativo se diferencia também pelo jornalista manter sua pauta oculta, na maioria das vezes, só ele e seu editor podem saber. E esse segredo é levado a sério, pois, se descoberto, pode prejudicar o andamento da matéria. Como todo o jornalismo, o investigativo tem de ter responsabilidade, pois, se não, quem sofrerá as consequências será tanto o contratante, quanto o contratado.
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