Há de se relativizar cada ocasião. O caso mais famoso de jornalista morto em uma investigação foi Tim Lopes. Repórter da TV Globo, Tim estava na favela, se passando por um cidadão comum no morro do Alemão, e durante o baile funk queria, com uma microcâmera, gravar menores de idade sendo abusados por traficantes e jovens vendendo drogas. Como já era uma figura relativamente conhecida, foi torturado em morto em 2002. Obviamente, faltou prudência a Tim quando ele resolve ir à favela sendo um jornalista conhecido por denunciar traficantes, tanto é verdade, que foi assim que ganhou seu prêmio Esso. Muito provavelmente, ele estava se sentindo acima do bem e do mal, estava em seu auge investigativo, achou que ninguém o pudesse descobrir naquele meio. Se enganou. Parafraseando sua companheira de produção do jornalismo investigativo, Cristina Guimarães "É muita ingenuidade achar que traficante não assiste TV e não lê jornal". Se não fosse naquele 2 de junho de 2002, talvez fosse em outra data, pois ele não estava medindo corretamente o valor de sua vida, apenas queria provar a corrupção que acontecia no Rio de Janeiro, embaixo do nosso nariz. Sua indignação falava mais alto.
Não adianta o jornalista ter muito medo de levar a diante uma matéria investigativa, mas também não dá para ele se esquecer que, diversas vezes, as situações trazem risco de morte. Tem de se relativizar cada situação, medir se isso, de fato, vai trazer chances reais de um incidente. Se sim, não trabalhar essa pauta.
Último caso foi o cinegrafista da Band, Gelson Domingos, que morreu baleado durante uma operação da Polícia Militar em uma favela na zona oeste do Rio. Este caso foi bem diferente do de Tim Lopes, foi culpa tanto dele como da PM. Segue o vídeo do programa Fantástico para ilustrar o ocorrido.
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