segunda-feira, 17 de setembro de 2012

A evolução do jornalismo "fast food".

Um fenômeno que cresce cada vez mais é o chamado jornalismo "fast food". Entenda-se esse conceito como um jornalismo rápido, quase em tempo real, que consegue produzir a notícia em poucos segundos. Esse modo de fazer jornalismo é observado com clareza nos portais, blogs, meios de informações presentes na internet. A comparação com o tipo de comida, o "fast food", é bem válida, pois ambos saem com rapidez, em um primeiro momento sacia o cliente ou leitor mas depois apresenta problemas. Um pedaço de pizza comprado em um lanchonete pode até matar a fome de alguém, mas não supre nutritivamente o corpo de um ser humano.

No jornalismo isso se dá de uma mesma forma. Os portais podem até ter a informação e publica-la rapidamente, porém os falta a apuração. Um princípio básico no jornalismo é checar as informações, saber sua veracidade. Tem de se entender que o jornalismo é um segmento que, de certo modo, rege a sociedade e tem uma enorme responsabilidade. Uma notícia falsa, tendenciosa, deturpadora da realidade pode causar estrago em uma população. É preciso ter essa noção e checar sempre antes de publicar. Claro que é preciso ter a noção da demanda que a internet pede, um meio que se tem rápido acesso e que se pode publicar muita coisa com muita rapidez. As coisas vão acontecendo e o meio online vai publicando, mas há um consenso de que se tem de verificar o que é ou não verdade para publicar. Isso dá credibilidade ao meio e o internauta recebe informação de qualidade. Os dois se ajudam.

Há também o conflito de interesses entre o meio de comunicação e o assunto da notícia publicada por esse meio em questão. Para ficar mais claro podemos ilustrar com um exemplo ocorrido no portal do jornal O Globo e da revista Veja, dois órgãos da denominada grande imprensa. Os sites publicaram uma notícia de dez anos atrás, que noticiava uma provável expulsão da rede de "fast food" McDonald's pelo presidente da Bolívia, Evo Moralez. O motivo alegado, uma década atrás, é que a rede não dava lucro algum. Todos sabemos que a grande imprensa, quase em sua totalidade, não quer uma maior aproximação do Brasil com a Venezuela e Bolívia, por acreditar que o regime de seus respectivos presidentes é uma ameaça a democracia. Logo visto alguma coisa que julgaram ser anti-democrática, os dois meios publicaram a notícia sem, ao menos, checar a data em que foi publicada. Há, certamente, um enorme descuido na apuração, uma vontade de publicar primeiro do que o "coleguinha", mas há também a intenção de alfinetar uma situação em que o órgão discorda.

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